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domingo, 30 de agosto de 2009

Dois olhares distintos, falantes por (entre) si, do mesmo fenômeno: III




Dois olhares distintos, falantes por (entre) si, do mesmo fenômeno: III

POETRIX

Pelo vitral transpor

Branca sensação
Alvura do frio
Corpos se acolhem!


HAICAI

I

Gelada sensação
Cenário de intenso branco
Nevando lá fora.

Dois olhares distintos, falantes por (entre) si, do mesmo fenômeno: II


Dois olhares distintos, falantes por (entre) si, do mesmo fenômeno: II
POETRIX

Janela entreaberta

Cortinas tremulando
Véus desnudados
Silhueta ao vento!


HAICAI

II

Ventos sacolejam
No chão pétalas e folhas
Natural tapete.

Dois olhares distintos, falantes por (entre) si, do mesmo fenômeno: ( I )




Dois olhares distintos, falantes por (entre) si, do mesmo fenômeno:



POETRIX

Teu amor

Alma colore
Esperança no final
Arco-íris!



HAICAI

I

No céu diferindo
Qual pintura em aquarela
Colorir do arco-íris!


Com olhar Oriental minimalista, fenômenos naturais foto (grafar)!


I

Na mata fechada
Foco luminoso emana
Visão assustadora.


II

Encharcar o solo
Floresta seca irrigando
Águas Abundantes.





Este texto faz parte do Exercício Criativo - Fenômenos da Natureza
Saiba mais, conheça os outros textos:
http://encantodasletras.50webs.com/fenomenos.htm

Para minhas Borboletas....( Poetrix e Haicai)




Beijar o céu

Suaves e plenas
Voejando ao léu
Cores e magia.


Haicai 179

Suaves, livres voejam
Cores diversas atraentes
Leves plenas, belas.

Versejar por entre luzes III - Duplo poetrix




BRILHANTES

Nas minas do firmamento
Incontáveis espalham-se
Reluzem na escuridão!


ESTRELAS

Pintura viva
Tela e inteiração
Ofuscantes, diamantes!

Verseja por entre luzes II - Duplo Poetrix




PRATEIA

Reflexos
Espelha-se nas águas
Luzente luar.

LUA

Do romance no ar.
Do poeta o suspirar
Mistérios do pratear!

Versejar por entre luzes I - duplo poetrix




DOURA

Aquece a vida
Desenho da alegria
Sou SOL.

SOL

Lumaréu da vida
Do poeta um contemplar
ARREBOL, arrebatar!

Convite...




Convite...

Hoje acordei pensando em te fazer um convite. Um simples convite mas que pode mudar o curso de um rio,um lago que há muito não vê o movimento circular que o atirar da pedra provoca.
Primeiro te apronta. Põe aquele teu sorriso, vai... tira lá da gaveta, dá uma sacudida, bate o pó...Depois despe-te do usual.Nada que faremos será comum.Vamos seguir numa trilha diferente.É meu convite a ti: Transgressão. Calma... Não usaremos drogas nem tomaremos banho nus no Chafariz da Praça da Sereia(se bem que o calor pede). Nada disso. Apenas sairemos da rotina acachapante, por um tempinho deixaremos de lado alguns supostos conceitos de sobriedade e que fazem a vida em tons pastéis. Iremos propor a nossa própria aquarela.Traga os seus pincéis.Pintaremos nuances incríveis.
Eu vou de vermelho. E tu? Vem disposto a ser feliz. Quer por um dia ou uma hora, minutos que sejam.Vem livre.Despido das amarras.Solto das condições que tu te impões.Desarma-te de tantas defesas.A única condição que te proponho é que não nos obriguemos.
Sei desse armário pesado, cheio de vontades inacabadas. Desejos que foram destituídos. Vontades tidas como impraticáveis que deram lugar a duras rotinas.
Vem. Retira de lá aquele sopro que resta que fará sentir mais vivo. Foge um pouco de ti. Vem comigo quebraremos as regras do teu cotidiano tão certo, tão inodoro,insípido.
A transgressão é deliciosa. Faz-nos saber vivos. Nada de igual.Nada de padrão. Nada mesmo de dançar conforme a música.
A regra deste convite é que não teremos regra hoje. Te asseguro.
Seremos quiçá por um lapso de tempo seres vivos libertos, leves, alma e coração em plena leveza.
Vem...
Experimenta...




# Praça da Sereia - Parte do Complexo turístico Praça da República em Belém-Pará

Imagem da net: Chafariz da Praça da Sereia.

Um pensamento, reflexões...





Um pensamento, reflexões...


Refletindo, acabo encontrando em mim as dúvidas que me suscitam ante as certezas que me circundam.
Há um debate acirrado, por vezes exasperado do COERENTE com o PASSIONAL. Há uma guerrilha constante onde cada corrente defende com unhas e dentes suas fronteiras.
As possibilidades de invasões são iminentes.
Templo envolto em polêmicas é quase como uma grande reunião onde líderes religiosos diversos querem provar comprovar suas crenças, convencer o todo da conversão necessária.
Minhas pessoalidades diferem tanto entre si que extrapolam pontuações, demarcações, tamanha a multiplicidade.
Enquanto mediadora das partes busco convencer a mim mesma revelando o que há de bom em cada face até o desprezível pode ser reciclado, reaproveitado.
Gosto e cultivo as misturas, ainda que muitas vezes para muitos possa parecer ausência de bom senso. Nonsense.
Gosto aprecio a diversidade, sempre quebram rotinas e paradigmas reformulando conceitos antes dados como únicos e certos.
Prosseguem incólumes as muitas lutas, guerras e ameaças de invasões interiores.
Ainda assim, é doce e leve o conduzir. Negociações sempre avançam.
Surge então um intenso e renovado revelar.

Agrada-me mais.


Assim pareço mais comigo.

Indisfarçável sorriso - TRIOLÉ




Indisfarçável sorriso - TRIOLÉ

Abro um indisfarçável sorriso
Vem-me, somente ao pensar em ti.
Pressinto, do teu amor preciso,
Abro um indisfarçável sorriso
Esse querer chega assim sem aviso
Num lampejo fecho os olhos estás aqui...
Abro um indisfarçável sorriso
Vem-me, somente ao pensar em ti.

sábado, 29 de agosto de 2009

Uma carta, um confessar...




Uma carta, um confessar...

Quero me contar para ti.
Quero te contar,
Dizer,
Quero que saiba,

Quero contar a ti quem sou, dos meus dias, do que vai ao coração, do pensamento vão, das letras vazias repletas de esperanças.
Quero contar uma história, como na canção, para que tu saibas a cor dos meus olhos, da luz que vem deles sem disfarces, do que se esconde por trás da retina.
Preciso que saibas que vejo flores onde há muros, concretos. Que o Rio Guamá é a minha alma enamorada quando chora por ti.
Quero dizer do que não transige, transpõe calmarias, do que dá travo amargor ao doce do simples “ SER”. Do que inquieta, incomoda, trás frio.
Quero te contar que tenho uma arte dentro do peito. Que o invólucro breve que me comporta é feito de delatadas sensações. Líquida alma que comporta, derrama, fala via poesias.
Quero que saibas que borboletas e flores estão em mim, fazem aliança, comum acordo de que juntas temos em igual a liberdade, que vem plena na primavera.
Quero contar que sou entre verdes e azuis, que porto aroma de plantas e da natureza pego emprestado a euforia, para meu ser enfeitar.
Sabe te conto que um largo alegrar por vezes esconde um triste sentir, incompreender.
Às vezes o belo é só máscara que confere ao Pierrô um ar de rasa alegria.
Quero,
Preciso me contar para ti...

Esse contar com ares de confessar,
Um dizer que quer descrever, pintar para ti a tela que sou. O que há em mim que teu olhar precisa averiguar. Preciso decifrar.
Mas, se aceitas o meu olhar emprestado e despe-te dos limites, previsões e certezas, de certo me verás delimitada que sou pelas cores do Arco- íris.
Agora já posso te mostrar, mas, por favor, ignora o recipiente, o pote se arruma gracioso, mas um leve destampar e já verás o que não se palpa. Agora estás vendo o que sente-se, aspira, absorve.
Quero te contar do meu desconhecer, do que me vai distinto a cada dia, que deixa diversa, a deriva, incoerente e exposta em transparências para que tu me vejas. Saibas-me de vez.
Quero te contar de mim.

Dos acertos dos erros, da fogueira das vaidades, da doce rudeza, do gostar desmedido, do amar por amar, do enamorar o Verde, do olhar intrigante, intrigado, das indagações, voracidade que compõe os desejos que me determinam.
Quero que saiba que sou da vida um verso, do Pará uma poesia, do belo do meu lugar uma rima ditosa. Da vida um musicar.
Quero te contar de mim.
Contar-me para ti.
Desnudar o interior, despir véus, lançar ao palco luvas, chapéus.
Andar para ti na corda bamba dos inconfessos quereres, jogar fora a máscara, lavar a alma, rasgar os moldes, desfazer as formas, apagar o caminho de volta, atirar textos ao léu. E então olhar-te no cristalino, me enxergar dançando faceira no palco do teu coração. Sem pressa ou culpa.

Quero que saibas de mim.
De mim, por mim.
Tanto e infindável que aprofundarás o navegar quando nos meus sonhos adentrares. Invadires o meu meditar e silente entenderes meu calado jeito.
Das palavras te desfizeres e apenas e tão somente entenderes o Lume de um olhar.

Juro, eu não sabia (QUE O AMOR É FANTASIA...) - INDRISO.



Juro, eu não sabia (QUE O AMOR É FANTASIA...) - INDRISO.


Que a decepção com falsas expectativas nos roubam a EUFORIA,
Que amar demais sem preservar a liberdade trás solidão...
Não previa que mesmo madura, sucumbiria a desenfreada paixão...


Eu juro, não sabia não, o amor distorce o olhar da razão,
Não previa chuvas num céu todo azul, cinza não CONCEBIA,
Juro a luz da verdade, pensava que amar era pactuar com a ALEGRIA,


Eu juro, confesso de mim escondia, em nuvens e afrescos, voar PREFERIA...

Sequer sabia, eu juro, era criança, cresci, e ainda vivo o amor qual FANTASIA...

AMOROSA CONFISSÃO - Prosa Poética




AMOROSA CONFISSÃO - Prosa Poética

Juro que eu não sabia
Não sabia que amar doeria
Que tristeza era paga da alegria
Para cada noite escura há um sol que IRRADIA.


Eu juro,
Não sabia,
Que paixão nunca SACIA
É qual sede, mesmo quando chovia...



Confesso,
Não sabia
Amigos são dádiva e poesia
Poemas são fonte de ENERGIA
Rimar é com versos fazer folia
Querer-te é quase fantasia.


Eu juro, juro eu não sabia.
Que acordar juntinho vira MANIA
Ter-te perto trás harmonia
Que meu coração SILENCIA
Quando te ausenta do meu dia...


*****
Este texto faz parte do Exercício Criativo - Juro que Eu Não Sabia
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http://www.encantodasletras.50webs.com/naosabia.htm

Prosa Rimada - Juro...não sabia.......



Prosa Rimada

Asseguro-te não sabia, que dos parcos e dolentes versos que ora a alma pronuncia, sairiam letras errôneas, com as quais ensaiaria compor esta poesia. Asseguro-me também que não sabia quiçá, que o sentir arrola decisões, que minha vida por esse querer avivaria.
Quero afirmar confessar, quantos versos eu faria, só para ter-te plenamente, ver no teu rosto alegria, ter teu riso vivaz, revolver a monotonia, ser real, ser fantasia.


Juro, juro desse AMAR eu não sabia...




*****
Este texto faz parte do Exercício Criativo - Juro que Eu Não Sabia
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A moça que esperava...esperava....( MINIMALISTA)




Era uma vez...
Uma moça que esperava todo dia ouvir uma voz que a fazia bem agradava seus ouvidos, um som que a despertava... Indagada por um amigo ela revelou uma delicada comparação, disse que seria como acionar alguns sinos num Templo de Clausura, contou a ele que esses sinos eram fundamentais para certo disparo de melódicas canções interiores, canções essas que quase não tocavam vez que o tal Templo era de silêncio, clausura e solidão.
Ela contou que a reclusão já acontecia havia muito, e isso a fazia distante de tantos outros sinos que por vezes queriam tocar. Sem se saber lá porque algum dispositivo havia sido como que desligado e embora até tentasse a engrenagem não funcionava.
O amigo, silente , escutou, escutou...
A moça?
Bom , essa agora acorda, querendo ouvir músicas, e só o pensar na voz deixa seu dia mais alegre e mais vivo. Ela espera que os sinos toquem, incessantemente, que entoem muitas e prolongadas canções, que o bem se estenda por todo o Templo de Clausura, que a música seja intensa, melodiosa, suave e alentadora... Que findem os tempos de silêncio...

Retalhos de Poesia





Retalhos de poesias...


Pequeninas composições
Partes de um fazer poético
Reunidas, dia após dia...


Primeiro enchem cadernos
Folhas soltas, em gavetas, pastas quaisquer
Acúmulos de anos, sonhos transcritos
Fazer poesia...

Depois delírios da alma enlevada
Transbordam e de tanto que são
Já não são só folhas soltas
Caídas secas da árvore,
São frondosas obras, acervo imensurável...


E como se fossem retalhos
Agora são como um cesto cheinho deles,
Preciosos pedacinhos,
Cada um com sua cor, textura e valor...


Aquecerão frios de múltiplos invernos,
Cobrirão amantes a esconder o não revelar das cobertas,
Serão descanso e refrigério a cabeças cansadas
Repouso de corpos, mãos calejadas,
Será de todo um útil absorver...



Guarda e guardará impresso na junção dos retalhos a graça,
O transparecer da delicada costureira,
Carrega e carregará sua marca, força, a cor do seu credo...


Refletirá e repercutirá a alma da tecelã,
Seu olhar que agrega,
Implícito explicitar...

O vai e vem da Poesia ( Quem disse que é fácil?)




O vai e vem da Poesia ( Quem disse que é fácil?)

Afinal quem disse que é fácil rimar?
Tão pouco poetar é simples, repentino
Apor no papel o sentir é transfigurar
Por vezes, reflete do poeta o destino!


Compor poesias é como dar as dores vazão
Escritos transbordam, qual água derramando
Outros exigem suor, questionando a razão,
Nas letras transpostos, são sonhos realizando!



Sempre trazem prazer, se triste ou alegre for
Fazer poesia é um elevar, doar-se ao universo
É como gestar a cria e depois ao mundo expor
Rimar é dar ao poema melodia, sons ao verso!




Mas quem falou que é tão fácil a composição?
Às vezes preciso para mim poesia encomendar
Então suspiro, do mundo me vou outra dimensão,
Distrair a mente busco inspiração, música escutar!



Há lapsos e lacunas, papel, caneta jogada de lado
Mudez total do criar, vazio, buraco existencial
Nesta hora nada ocorre, é como um dado jogar
Quando se espera o Seis e vem o nada inicial.



O tempo nos recupera trás de volta cor, encanto
Ou um novo ocorrer mexe a nossa poesia interior
Daí voltam as letras, versos, rimas sem espanto
Derrama de novo como alegria o nosso compor!

As boas mulheres da China , Xinran (resenha poética)



Finalmente termino a leitura de “AS BOAS MULHERES DA CHINA”, um livro escrito pela jornalista chinesa XINRAN XUE. Finalmente, porque nesta leitura me demorei demais, em alguma ocasião abandonei-a, mas sei que se fazia necessário. Dado a densidade do que absorvia. Necessitava digerir, e muitos dos conteúdos na verdade me bateram, derrubaram. Grande leitura.
Xinran vivenciou enquanto Jornalista as experiências intrigantes, violentas, arbitrárias e absurdas da população feminina da China, em várias fases, quer na China revoluciona-ria como na China atual. Foi guindada a escrever um livro o que na China não foi permitido e motivou sua mudança para Londres.
A Jornalista a través de um programa de Rádio chamado “PALAVRAS NA BRISA NOTURNA” chega às mulheres de toda a China, e gera reflexões, não por polemizar questões culturais, mas pela forma sutil, leve e inteligente de falar a cada uma. Nesta seqüência além de notoriedade, conquista a confiança das mulheres e consegue chegar enquanto jornalista no mais íntimo de cada uma que aborda, arrancando revelações surpreendentes e contundentes.
No bojo da literatura é claro a perspicácia, coragem da escritora de falar ao mundo, fatos até então nunca revelados ao Ocidente, não da forma por ela descrita. Nesta hora todo o suposto conhecimento que pensava ter cai por terra, por mais conhecedores e cultos que sejamos os meandros da vida real, por trás da permitida observação, são muito, imensamente diferente do que sequer imaginamos.
Ocultas ou com identidades reveladas os relatos dessas mulheres é permeado de atrocidades, humilhações e desrespeito. Desconhecimento total de um mundo aparte ao que elas vivem.
Muito já se escreveu sobre o tema, mulheres da Índia, Afeganistão e tantos países onde a ruptura social da identidade feminina é gritante, mas a ótica de um escrito pelas mãos e experiências femininas, difere de tudo já escrito. Xinran nos toma em emoções e reflexões quando no decorrer da obra partilha conosco suas próprias vivências, nesta hora somos nós seus interlocutores, ela nossa ouvinte. Enriquecida de detalhes, a obra chega a seu ápice. É cruel, mas ela faz um real traçado da realidade da mulher Chinesa e sua condição na China revolucionária.
Considerei a obra entre a Prosa e o Documento, no entanto prevalece a humanidade de Xiran por entre as cruas, cruéis letras discorridas. Paciência, silêncio, espera, são ingredientes mais que importantes por ela usados para transpor as barreiras do medo de cada chinesa que abordou. Alguns episódios foram prolongados, trabalho jornalístico duro para o êxito final.

Ao meio da obra revelações como: “quais são as três submissões e quatro virtudes das mulheres no pensamento masculino chinês”. No final a conclusa razão que leva Xiran a precisar conhecer das outras culturas e poder escrever sobre o vivenciado: a Colina dos Gritos, uma comunidade onde as pessoas não têm casas e moram em cavernas, não há fogão ou panelas, comida e água são escassas, não há roupas para as meninas, a maioria das mulheres tem útero caído (exposto) e utiliza folhas no período menstrual causando-lhes feridas nas coxas.
Tudo começa com as perguntas que uma universitária lhe propôs quando se encontraram: ''Qual é a filosofia das mulheres? O que é a felicidade para uma mulher? E o que faz uma boa mulher?'' (pág. 56)
Um pequeno trecho:

... A carta vinha de um garoto e tinha sido mandada de uma aldeia a cerca de duzentos e cinqüenta quilômetros de Nanquim.
Respeitada Xinran,
Ouço todos os seus programas. Todo mundo na nossa aldeia gosta deles. Mas não estou escrevendo para lhe dizer como o seu programa é bom; estou escrevendo para lhe contar um segredo.
Não é bem um segredo, porque todo mundo na aldeia sabe. Há um homem velho e aleijado aqui, de sessenta anos, que comprou uma esposa recentemente. Ela parece muito nova. Acho que foi raptada. Acontece muito disso por aqui, mas muitas das garotas conseguem fugir mais tarde. O velho está com medo de que a mulher fuja, por isso amarrou-a com uma grossa corrente de ferro. A cintura dela está em carne viva por causa do peso da corrente - o sangue escoa pela roupa. Acho que ela vai morrer. Salve-a, por favor.
Não mencione esta carta no rádio de modo algum. Se os moradores da aldeia descobrirem, expulsam a minha família daqui.
Que o seu programa fique cada vez melhor.
Seu ouvinte leal,
Zhang Xiaoshuan
Era a carta mais aflitiva que eu recebia desde que começara a apresentar o meu programa noturno de rádio, Palavras na brisa noturna, quatro meses antes. Nele eu discutia vários aspectos do cotidiano e usava minhas próprias experiências para obter a confiança dos ouvintes e sugerir meios de lidar com as dificuldades da vida. ''Meu nome é Xinran'', dissera eu no início da primeira transmissão. '''Xinran' significa 'com prazer'. 'Xin xin ran zhang kai le yan', escreveu Zhu Ziqing num poema sobre a primavera: 'Com prazer, a natureza abriu os olhos para coisas novas'.'' O programa era uma ''coisa nova'' para todo mundo, inclusive para mim. Eu estava só começando como apresentadora e tentava fazer algo que nunca se fizera no rádio.

Ressalto que ao término da leitura não sabia ao certo se me colocava feliz, por viver numa realidade e cultura diferente, mas sentia-me triste e embotada por ter conhecimento de tamanho sofrimento num universo que é o meu, vivenciado por mulheres em séculos e séculos de ultraje social.
É um livro rico, que vale recomendar. Comentar. Refletir sobre.


Referências bibliográficas: As boas mulheres da China, vozes ocultas.
Autora: Xinran Xue, jornalista e escritora chinesa, nascida em Pequim.
Tradução de Manoel Paulo Ferreira. Companhia das Letras. 2007.

Sobre o dia 29 de agosto e a Campanha Global de Ações para proteger o Clima-CGAC




Sobre o dia 29 de agosto e a Campanha Global de Ações para proteger o Clima-CGAC


Ambientalista não. Conhecedora das mazelas do meu país e consciente das necessidades de mudança, sim. Também não sou dada a palanques, nem professo ideologias partidárias, mas procuro práticas corretas, reparando-me nos excessos que advém dos vícios que herdamos culturalmente e pela via das palavras divulgo idéias, provocando o refletir.
Sábado próximo 29 de agosto ocorrerá o Dia Mundial de Ação pelo Clima. No Brasil acontecerá em 8 (Oito) capitais do país. Do Norte, apenas Manaus, o que não nos impede de somar ao movimento. Trata-se de uma campanha que será lançada mundialmente chamada CGAC(Campanha Global de Ações para proteger o Clima) ou TICTACTICTAC. No dia 29, faltarão exatamente 100( cem) dias para o início da COP-15- Décima Quinta Conferência do Clima, em Copenhague, Dinamarca. Entre outras ações grandes Painéis ( Totens) com relógios serão instalados, marcando a contagem regressiva para a data da Conferência. Nestes últimos cem dias que antecedem o Maior Encontro sobre mudanças climáticas, muitas manifestações, debates, discussões ocorrerão, cartas-abertas, abaixo-assinados serão feitos objetivando mobilizar, sensibilizar nossos representantes na COP-15 para a necessidade da real promoção de mudanças com reflexos positivos para o Planeta. A frente da coordenação do Evento de 29 de agosto Organizações como Ticitac e Greenpeace, no Brasil e pelo mundo.
Somar nessas causas é mais que preciso.
COP-15 ocorrerá no período de 7 a 18 de dezembro, a proposta é não só alinhavar, mas ao término ter o Tratado que atualizará ou substituirá o Protocolo de Kyoto que vigorará até 2012. O Tratado que advir de Copenhague reunirá opiniões, propostas de ações concretas de aproximadamente 170 ( cento e setenta) países que ao mundo apresentarão uma nova legislação ambiental adequada e politicamente coerente com os propósitos correntes para a redução da emissão de gases poluentes, elo com relação direta entre Efeito Estufa e Aquecimento Global.
Muito tem se falado, mas pouco se tem feito. As brigas disputas em especial no Brasil são redundantes, recorrentes e circulam no entorno dos interesses de agronegócios, ruralistas versus ambientalistas.
Em Copenhague situações como cobranças da responsabilidade aos países emissores históricos serão veementes e os países de economia emergentes com China, Índia e Brasil terão suas cotas de responsabilização por um decréscimo de produção crescente também definidas. Definir-se-ão de onde virão recursos, investimentos, eficiência e celeridade das providências que urgem implantação. Não há o que decidir, além de opinar por um desenvolvimento Econômico de Baixo Carbono. O mundo pede: Empresas, indústrias devem se adequar.
O Brasil tem Carlos Ming, um dominador nato do assunto, dono de grandes relacionamentos no mundo ambientalista, relações estreitas com potenciais aliados escandinavos, na luta e ações pela preservação da Floresta Amazônica. Na conferência estarão inúmeros representantes oficiais do país e a nata dos que lutam, transitam e conhecem das causas ambientais. A própria Senadora Marina Silva lá estará vez que já desincompatibilizada com o Partido Trabalhista estará livre para ações mais contundentes ante aos embates ambientais, dito pela própria.
O Brasil, país detentor da maior Floresta Tropical do mundo, Maior Reserva Florestal, maior Parque de Floresta Tropical, maior Bacia Hidrográfica do mundo, extremamente rico em biodiversidade ainda engatinha quando se trata de ter efetivas e eficientes legislações ambientais, bem assim a execução a contento das já existentes, precariedade na manutenção das políticas de sustentabilidade. É preciso avanço.
A grande reunião suscita efetivo posicionamento dos representantes do país sobre o futuro do Planeta. Nós queremos isto. Grandes impasses mundiais serão discutidos, intenso debate de interesses.Segundo Minc o Brasil apresentará reais condições que baixarão a curva de emissões de gases crescente.Apoiamos e aguardamos. Mais que isso agimos, somamos. Cada um há que fazer a sua parte. Empresas, Indústrias, políticos, ambientalistas, cidadãos conscientes, mas em especial contamos com aqueles investidos em poder e força de argumentação e decisão.
A Campanha de 29 de agosto terá grande repercussão e ressaltará três pontos:
- Uma Campanha Pró- preservação do Planeta.
- Uma contagem regressiva para o mundo Ambientalista, para o acontecimento mais importante dos últimos tempos para o Clima, o Planeta.
- Um refletir: Dar uma chance ao Planeta.
E eu completo dizendo:
- Dar uma chance a vida!



# http://www.tictactictac.org.br

# http://en.cop15.dk

sábado, 22 de agosto de 2009

Em nuvens DES_equilibrando




Em nuvens DES_equilibrando


Assim me concebo,
Flanando avessa aos percalços,
Ajuste que perdura até que chegue um devaneio,
E logo sou embriagada de luares,
Absorta ante ao por do Sol...

Desnuda de acertos,
Banho-me em cascatas de desvarios,
Ao vento deambulo,
Envolta por inócuo véu de desalinhos...


Nas estações sou leviana primavera
Perdida em caminhos embebedados de tenras flores
Ao aspirar, inebrio-me com aromas inaudíveis...
Mergulho no mar das veementes (in)possibilidades,


Inesperado,
Eis que batem na minha porta os sonhos,
Acordam-me,
Desperta os faço entrar,
Agora cedem lugar aos riscos, os acertos...


Doce arriscar,
Aventar, Aventurar...
Irresistível vontade de virar a esquerda,
Mesmo sabendo que na reta há promessas infindas...
Prefiro os desavisos...
Interrogações seguidas de exclamações...
Nunca ponto final.


Dou-me aos precipícios,
Aos suores gotejando emoções,
Sanidade feita de delírios febris,
Beijos concedidos são pura letargia...
Calmos em demasia...

Prefiro os furtados...
Inesperados...
Arroubos que extasiam...

# Imagem da Internet, Reprodução da Obra "The Kiss" de Gustav KLIMT. Artista que " mega" admiro, " O beijo", uma das preferidas, pela história, pelo conteudo e pela arte!

Viver ( Primavera)




Viver (Primavera)

Afeita a sonhos,
Apronto-me para o belo desfrutar,
Visto-me de cores interiores,
Profusa primavera em meu peito.


Flores compõem-se de mim,
Desfruto do vibrante das cores,
Piso pétalas no caminho...
Do ar desprende-se aroma apaziguador,
Na aura um brilho que alimenta o olhar.
Envolta sou em sons e harmonias.


Há tons que anulam o gris que acinzenta o Sol...
Exalo aroma de mansidão,
Pólen atrativo aos graciosos voejos,
Irresistível convite ao translúcido conviver,



Vibrante vicejar
Primaveril estou,
Sou primavera...
Florais ofertando nectário ao colibri,
Florescência mágica, dos olhares arrebatadora,
Fazendo festa, acolher, semeando, germinar...


Hoje, entremeios de girassóis, margaridas e tulipas.
Hoje às libélulas um presentear...
Desatem as fitas compostas de gérberas e violetas...

Fechar os olhos...

Vivenciar,
Viver...

Zangar para que? ( Exercício poético- Enc. das Letras)




Zangar para que?

Instável tantas vezes. Aborrecer é mesmo mais um senão. Algumas vezes por muito, com rol de razões.Noutras apenas para elevar a pressão. Derrocar os cabelos. Agredir o coração. Quiçá mostrar estar viva. Se importar com o ínfimo.
No propósito de escrever “com que ou quando me zango” reflito: Se formos nos importar a ponto do aborrecer, o mundo, os políticos, as conjunturas e injustiças sociais não só nos aborrecem como decepcionam, destemperam.
Ando querendo uma paga para não aborrecer, um quinhão de confortantes gestos, ações que (me) e (nos) orgulhem. Vou pegar senha e entrar na fila dos menos ansiosos e esperar sorrindo a complacência, que os gestos altruístas ocorram e banhem uma desolada humanidade desinserida que padece mais de injustiças, desrespeito, fome e que são os vírus mais purulentos e desertificadores da vida.
No local que estou pretendo me importar sim com situações que me aborrecem, mas obter respostas mais efetivas quanto às correções e poder
presenciar pedidos verdadeiros de desculpas, reais mudanças de atitudes.
Não quero estar blasfemando ou maldizendo, praguejando ou me descomedindo. Em tons brancos e azuis-bebês, não quero mais ouvir meus bramidos histéricos as voltas com mínimas alfinetadas nem deixar que a Tal de TPM me roube a serenidade e a razão.
Quero ousar Decretar em alto e bom mando um “PROIBIDO ME ZANGAR” quer comigo, quer com os outros. Só faz mal a saúde do corpo e da mente.
Em 13/08/09.


*****
Este texto faz parte do Exercício Criativo - Quando me Zango
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Se me zango... ( Rondel - Desafio Poético)




Se me zango...

Quando me zango fico meio isolada
Em silêncio, nenhum verso ou poesia.
Corpo pede socorro, alma assim cansada.
O aborrecer me tira o prumo, a alegria...


Some times explosão, noutras covardia.
Às vezes aborrecimento ligeiro, mais nada.
Quando me zango fico meio isolada
Em silêncio, nenhum verso ou poesia...


Perco a calma com injustiça desmesurada
Desrespeitos, intolerância, minam meu dia.
Introspecta busco de volta a paz ansiada
Versos, rimas de volta, um vício, que eu sorria...
Quando me zango fico meio isolada...

Descobrindo ( Prosa Poética)




Descobrindo

Deixo que tu me conheças
Que bata a porta do meu amplo existir...
Adentre,
Deixo que puxes a cadeira,
Vá até a escrivaninha onde se expõe meus múltiplos sonhos,
E delicia-te!
Esse agora é teu deleite...


Deixo que aportes a minha cabeceira e num átimo penetre em meu sono,
Percorra meu íntimo desvario,
Deixo que saiba quem sou
Que olhe minha letra e por ela anteveja minha retina,
Deixo que veja o mundo com o meu olhar.


Deixo que pergunte, indague as palavras,
Perpasse meus versos e perceba meu ilimitar,
Deixo que ouça meu silente bradar e interprete o meu sutil conclamar,
Compreenda de mim todas as razões...
Deixo que me chame, indague, incomode,
Deixo que atravesse o meu caminhar.



Deixo que aborde aporte, que me saiba como eu mesma nunca iria te contar,
Deixo que com jeito encoste-se a meu leito e então saiba de tudo em mim,
Do dormir ao acordar.


Deixo...

ARmadilha ( POETRIX)




ARmadilha

Apanhada de surpresa
Flagrante delito
A ti, sucumbir...

Campo _ Minado ( POETRIX)



CampO _ MinadO

Pisar
Arriscar
Explosivo Convidar.

ALVO ( POETRIX )



ALVo

Na mira
Converges a mim
Olhar e artilharia.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Descubra-me ! ( eu deixo)




Descubra-me! (eu deixo)


Cubra-me, abrace-me.
De festas e flores
De rio e olores
Ate-me..., faça-me...



Sonde-me, quero o teu indagar.
Tenha nas mãos o meu conhecer
Deixo que queiras
Querer o meu querer...


Deixo que venha
Que não se contenha
Que saiba de mim
Como nunca vou saber...


Deixo que solte as amarras
Que rume ao meu mar
Sem medo, sem armas.
Que venha, entenda do meu navegar...


Deixo que seja começo
Que roube de mim um sussurro
Que queira pular os meus muros
Que cate comigo estrelas... do mar...



Faça perguntas e tenha respostas do olhar
Deixo por fim que me cale,
Que olhe nos olhos, não fale.
Silêncio dos lábios a se convidar.


Deixo,

Um beijo que destempere
Desate nós, desprenda do chão.
Faça ruir de vez a razão,
Cujas horas pareçam vãs.


Deixo que um beijo,
Que hora desejo,
Tome de vez o lugar da solidão...

Estrelas ( Tautotrix em E)



Estrelas

Elã
Espelham envanecem
Enunciando efemeridade...

Lua ( Tautotrix em L)




Lua

Lumiosa, lumiando
Lírica luz,
Leve luzir.

Sol ( Tautotrix em S)



Sol

Suores secretos
Segredam sentidos
Saneando sedes.

sábado, 15 de agosto de 2009

ALvejar coração


Alvejar coração

Impossível desviar
Render-se
Amar, amar...

Haicai 176


Haicai 176

Suaves, livres voejam
Cores diversas atraentes
Leves plenas, belas.

Olhos - POETRIX




Olhos

Olhares que falam
Olhos
Luares que calam.

AçAí ( Acróstico+ Tautograma)



Amável, atraente, afrodisíaco
Caroços com cores carmim
Alimento ansiado,
Incrivelmente irresistível!

AÇAÍ poético!




AÇAÍ Poético

Alimentas meus desejos despertos
Suprindo ânsias: de ti de poesia
Por isso a ti oferto meus versos
Quero dizer da tua inegável magia...

Tua cor, ah como atrai
Linda, forte, vibrante
Vinho vivo, cor alegre
AÇAÍ, que cor marcante...

E a textura? Cremosa!
Sumo grosso, consistente!
Sorvo-te, te como, contente
Fruta esperta e formosa...

Teus caroços são lindos
Gostosa tua polpa é
A população nutrindo
De qualquer jeito é bem- vindo!


Aqui no Norte te deliciamos
Com peixe frito, carne-seca
Pirarucu, camarão, degustamos
Farinhas d’água ou tapioca, cá estamos!

Teu sorvete é divino, especial
Lá no Sudeste é só sucesso
Mas bom mesmo é te ter puro
Depois atar a rede, no quintal!

Confesso por ti meu gosto
Aos teus atrativos me entrego
É fruto de mil encantos
Sou louca por ti, não nego!

AÇAÍ fruta imensamente rica
Alimento, sabores e alegrias
Do povo a fome sacias
Quem te toma por aqui fica!


# Um poeta daqui falou: Quem vai ao Pará parou! Tomou açaí, ficou!

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Razões em Trova


Cada verso tem seu preço
Cada alegria sua explicação
Cada dia seu recomeço
Cada nascer uma razão!

Esperançar em trovas - Por Roseane Ferreira


Esperançar em trovas

Quão bom seria ter consciência
Homem do seu lugar cuidar
Melhorar nossa vivência
Um habitat melhor deixar...


Zelando, economizando
Futuro da água preservar
Verde não danificando
A Natureza respeitar.


Ser mais simples, mais correto
Educando e transmitindo
Experimentando o certo
Como homem evoluindo!

Floresta, água, vivos seres
Biodiversidade imensa
Dependentes dos quereres
Daquele que as vezes pensa!

Meu blue...


Meu blue...


Na terra de índio,
Sou Arara Azul,
Pinto-me de céu
Sou leve sou blue...

Mas tempos que chove
Faço-me de cinzas,
Sou sombras, disforme
Sou ave, ferina...

Ah,
Aqui na minha terra tem as cores que vibram,
Azul é meu preferir, verde é o idealizar...
Quero com paz e respeito viver...
Sonhos de verdade realizar...

Por um MUNDO que é AZUL!

Destituir a paz


Destituir a paz

Por vezes torneando,
Noutras neve e temporal
Nunca lago e calmaria...

Onda de Porto


Onda de Porto

Veio, alvoroçou
Veloz,
Devastou a alma.

Presunção do Encontro


Presunção do Encontro

Maremoto interior
Loucas vontades agitando
Revoltos quereres aflorados.

Ondas propagando


Ondas propagando

Corpos em intenso tremular
Sismógrafo em descompasso
Desabalado pêndulo.

Vórtice amoroso


Vórtice amoroso

Incontido turbilhão
Voragem insaciável
Impetuoso desejo.

Tempestade



Tempestade

Num violento agitar
Temporal em pura seda
Revolta paixão.

Arfante trovejar ( Poetrix- Série Fenômenos Naturais)


Arfante trovejar

Ruidoso delirar
Estrondoso desvario
Retumbante gozar.

RElâmpagos


Misturando amor e (aos) fenômenos Naturais: POETRIXANDO!

Relâmpagos

Lampejos descarregados
Encontrar dos corpos
Elétrico clarão.

Quando fala um coração


Quando fala um coração


Se falasse meu coração diria:

Sou um coração pleno de amores e vãos...
Pulsando por vezes em descompasso sonhando com remotas possibilidades,
noutras quase silente, num quieto soluçar para que não acorde a alegria...

Que soa como batida de Hip-Hop num dia cinza em um castelo em clausuras,
Sou temporadas de parênteses, colchetes, conjuntos amplos de vazios, cioso por preenchimentos, contabilizar, ocupar...

Lá no meu amplo recinto se vontade fosse ocuparia com coloridas ramagens,
flores de suaves perfumes, com lindas e ofuscantes borboletas voejando...
Seria então coração vivo, vibrante, cheio, de vida, plenitude...

Se fosse uma casa hoje seria um sofá roto e vazio,
armário enfileirado de cabides... sem utilidade....

Se falasse um coração, pulsariam palavras aquecidas e convincentes,
Diria sorrisos largos, olhares luzentes que concebem mais, atraem mais...

Se vivesse estações diria:
Hoje, faz frio, frio no calor causticante dessa ensolarada cidade azul...
Hoje,
Todo Sol que doura é invisível,
Insuportável frio...


Faz frio num coração vazio...

Amazonas (Um canto de ( com) saudades...)





Amazonas (Um canto de ( com) saudades...)

Amável e revolto,
Em ti um dia depositei meus olhos de maresia
No teu leito descansei meu olhar de lua,
Meu pranto, meu pratear...

Ama_Zonas,
Sonhei-te,
E acordei alagada em densos e turvos desalinhos,
Qual és tu, qual tu és...

Desafiaste meu olhar vazio, e a mim propuseste poesia,
Amazonas dos meus dias,
Rio da minha inteira alegria,
Das rimas saudosas, de toda magia...


Ah, meu Amazonas, se tu falasses,
E comigo conversasses,
Infinitas seriam as letras que trocaríamos,
Tu me dirias do teu agonizar,
E eu te diria do meu tanto amar...

Mas tu sabes,
Na tua margem vivenciei plenitude,
Sabes que vi tua lua se por e teu Sol despontar...
Sabes quantos sonhos aportei calada em ti
E tantos mais a aportar...
Tantos mais...

Pude contemplar-te dia após dia,
Tardes ventiladas, manhãs ensolaradas
Noites ruidosas de luares,
E no teu Trapiche, teu S. José das águas
Vive um pouco de mim...

Ah meu amado Rio,
Vim embora, e não pude te carregar,
És tão caudaloso
De tantos braços, afluentes,
Como ia te levar?

Então te guardo nas fotografias, em muito especial no olhar,
No cristalino dos olhos
Que de saudades tem quase a tua cor
E não sei como te aninhei ainda que gigante
No meu insipiente coração,
Confesso: É meu, teu Equador.

Se alguém me perguntar desse Extremo Norte
O que vai me emocionar,
Digo, sem nem pestanejar
És tu meu Rio Amazonas
Que a minha alma faz calar.
Dos meus olhos um constante marejar.

Marejar...

Saudades das águas do teu rio-Mar...



# No Amapá vivi por quase vinte anos, O meio do Mundo é o meu lugar. Sou muito saudosa. Imensas saudades.

Dezembro vindo.....

Daisypath Anniversary tickers
Monarch Butterfly 2

Escrevo para.........

Quando escrevo exorcizo fantasmas, é meio abstração e também minha realidade se despindo.Sou eu me confessando a mi mesma.

Um Poetrix ...verdinho......


Escrevo para....

Escrevo para por no mundo pequenas ânsias, escrevo para aportar desejos aflitos, escrevo para me salvar, é como Jogar as âncoras, o barco ora vai ao sabor das ondas, ora é a deriva....
Escrevo para acariciar as suas almas,e ser tocada por seus olhos impressos de brilho!
escrevo para Gozar,Flutuar, ser e merecer, Escrevo para seus delírios, seu deliciar!
Escrevo para vocês,
Agradeço seus olhos em mim, na minha ruptura poética!
Escrevo!

Muito grata por me sorverem as letras!
A todos que aqui passarem seus olhos, mentes e corações!
Rose

Sobrepondo Sonhos.....